O pastor e dívidas financeiras

06/05/2011 15:30

O pastor e dívidas financeiras


O Brasil pagou a dívida com o FMI e ficou livre dele. Não existe forma melhor para eliminar a perturbação do que acabar com os direitos que o perturbador tem sobre nós. Quando o inimigo estava chegando, Jesus disse: vem ai o príncipe deste mundo e ele nada tem em mim. O inimigo não podia reivindicar nada em Jesus.

As dívidas podem fazer com um ministro o que Jezabel fez com Elias: empurrá-lo para uma caverna escura, provando desânimo. Com o tempo, pode provocar até a morte ministerial. O líder pastoral não deve ter dívidas que o oprima. Não falo dos investimentos que, à medida que se paga as prestações, vão se transformando em patrimônio, como imóveis, previdência privada e até mesmo bons consórcios. É normal também que após um grande investimento, uma doença ou quando somos vítimas de injustiça, o cristão faça sacrifícios para retomar o controle sobre suas finanças. Dívidas que oprimem são compromissos financeiros que drenam nossas forças, nos impedem planejar o futuro, ajudar o irmão necessitado ou entregar o dízimo com fidelidade. Bons exemplos destes agentes opressores são empréstimos a juros, cheque especial e o cartão de credito pago parcialmente. 

Vivemos num mundo onde comprar sem dinheiro é normal. Um conhecido meu comprou um aparelho de DVD em seis prestações, quando o total de quatro seria suficiente para comprar à vista. Onde foi que aprendemos esta prática? Nenhum cristão deve pagar juros indesejados. É ser oprimido quando somos chamados a emprestar e doar.

Dívidas minam a autoridade pastoral. O ministro precisa estar sempre livre para condenar o erro, mesmo que isto implique em ser exonerado. Sem dívidas, ele terá que se preocupar em apenas achar um cantinho para acomodar sua família e continuar cumprindo sua vocação. Estabeleça no seu coração que não fará dívidas e que irá, mesmo a grande custo, acabar com as que tem. Lembre-se de que você não sairá da ”cadeia” até pagar o último centavo.

O líder pastoral que assimila o conceito mundano de endividamento corre o risco de estimular sua igreja ou organização a seguir por este caminho. E as assembléias, muitas vezes contaminadas por Mamon, aprovam os relatórios destes líderes como se fossem naturais. 

Para livrar-se da opressão do credor é preciso tomar uma decisão radical, em vez de procurar explicações. “Não vou deixar minha família passar necessidade“, afirma um, sem perceber que a maior necessidade de sua família é de liderança e de paz. Outros não querem “passar vergonha“ e seguem mantendo uma imagem de controle da situação, quando a verdadeira vergonha pode estar por vir. Outros culpam os que causaram as dívidas, mas ficar remoendo mágoas não paga contas. É preciso uma decisão radical e confirar no Deus da Libertação. "Gosto muito do comentário de Dunn: “As pessoas sempre dizem: Jesus é tudo de que necessito”. Você só reconhecerá que Jesus é tudo de que necessita quando ele for tudo o que você tem. E quando Jesus for a única coisa que você tem, então, e só então, saberá que Jesus é tudo de que você necessita" (Stephen Brown, Quando a Corda se Rompe).