CONSTRUINDO RELACIONAMENTO

15/01/2011 09:01

  CONSTRUINDO RELACIONAMENTO

 

3. RELACIONAMENTO: NO NOIVADO

 

3.1 Origem do noivado

As palavras “noivo” e “noiva” encontram-se em várias passagens da Bíblia que se refere

aos casais “desposados” (etimologia latim despónso, “prometer em casamento”), que na

cultura dos judeus era o estado antes do casamento semelhante ao “noivado” da nossa cultura.

Naquele tempo, segundo o direito judaico, o noivado era bem mais significativo do que

nos costumes do Ocidente. Um casal de noivos ficava comprometido um com o outro, quando o

noivo pagava um dote por ocasião do noivado e com isso o acordo estava selado.

A lei que reconhecia os direitos e as obrigações durante o noivado era a mesma para o

casamento. A noiva(o) suspeita(o) de infidelidade ficava sujeito ao apedrejamento, exatamente

como acontecia no casamento, os culpados podiam ser punidos com a morte (Dt. 22.23-29).

O noivado dos jovens solteiros durava geralmente um ano, após este período o noivo

tinha a obrigação de sustentar a noiva. Já o noivado de uma viúva, durava apenas um mês.

 

3.2 O noivado pode ser rompido?

 

No Novo Testamento o Apóstolo Paulo mostra o noivado como um compromisso que

pode ser rompido sem ser pecado. Em I Co. 7.36-37 diz: “Aos que ficaram noivos, mas

resolveram não casar mais, eu digo o seguinte: se o rapaz sente que assim não está agindo

certo com a sua noiva e acha que a sua paixão por ela ainda é muito forte e que devem casar,

então que casem. Não existe pecado nisso. Mas se, pelo contrário, o rapaz não se sente na

obrigação de casar, se está mesmo resolvido a ficar solteiro e se é capaz de dominar a sua

vontade e já resolveu o que deve fazer, então faz bem em não casar com a moça” (Bíblia

 

Linguagem de Hoje).

No noivado ainda não há uma aliança sagrada entre ambos como o casamento, podendo

ser rompido com o passar do tempo. Isto pode acontecer nas seguintes circunstâncias:

• Quando um dos noivos percebe que o outro não será o melhor cônjuge para si; ou

• Quando uma das partes se desvia do propósito de Deus (Ex.: infidelidade no

relacionamento, desobediência à vontade de Deus).

 

3.3 O propósito do noivado

 

O noivado é a celebração que anuncia à sociedade que duas pessoas resolveram

prometer-se em matrimônio. É um ato público que deve envolver a família e os amigos,

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podendo ser realizado na igreja, salão de festa, ou até mesmo na própria casa de um dos noivos

com a presença de um ministro para abençoá-los.

Está é a última etapa cujo desfecho é o casamento, portanto se o casal possui dúvidas

acerca se deve ou não se casar, isto mostra que ainda não está preparado para assumir está nova

fase que é o noivado. Precisa ainda aprimorar mais seu tempo de namoro conhecendo um ao

outro e procurar conhecer qual é a vontade de Deus para ambos.

Os noivos que avançam para mais essa etapa do relacionamento, precisam ter em mente

que há tempo para todo o propósito debaixo do céu (Ec. 3.1), por isto é importante conhecer

esse tempo de noivado para que não fique além das expectativas, ou seja, para algum dia da

vida que não se sabe quando.

 

3.4 Planejando para o casamento

Casamento dá trabalho e muitos gastos financeiros por mais simples que seja. Não

adianta dizer: “vou viver pela fé”, “o amor vai nos sustentar”, pois tanto a fé como o amor é

movido por ações.

 

Planejamento faz parte da organização de Deus e precisa também, fazer parte da

vida dos noivos para edificarem o seu futuro lar. São sábias as palavras de Salomão quando diz:

“Não construa a sua casa, nem forme o seu lar até que as suas plantações estejam prontas e

você esteja certo de que pode ganhar a vida” (Pv. 24.27 - Linguagem de Hoje).

É importante que o casal esteja consciente da sua vida financeira para que possam suprir

as necessidades da família. Tudo precisa ser planejado cuidadosamente (antes e depois do

casamento) para que possam diminuir as dificuldades financeiras que venham surgir.

Analisem antecipadamente as despesas de um casamento, gastem aquilo que cabem no

orçamento do casal, programem-se para saber quais os passos que irão dar.

Neste momento os noivos precisam começar a pensar em algumas coisas:

 

_ Onde vamos morar?

_ Teremos uma casa ou apartamento? Será alugado ou próprio?

_ Quais os móveis que precisamos adquirir? Quanto custa?

_ Como será o preparativo do nosso casamento?

_ Teremos lua-de-mel? Onde?

_ Teremos condições financeiras para mantermos nossa casa? (Conta de água, luz,

telefone, gás, supermercado, impostos, etc.).

 

Enfim calcule as despesas para não ficarem preocupados, envergonhados, se sentindo

humilhados por não conseguirem honrar com os compromissos assumidos (Veja Lc. 14.28-32).

 

Mobilizem-se principalmente em oração, peça a Deus para que esteja no controle de

todos os detalhes dos preparativos e da vida de vocês; que Ele confirme em seus corações o

amor e o propósito de terem um casamento abençoado.

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3.5 Exame pré-nupcial

 

Tão importantes quanto os detalhes da cerimônia, são os exames que precedem o

casamento. É uma garantia para os noivos, pois são por meio deles que se diagnosticam doenças

(tratáveis ou não), que podem interferir na vida sexual ou em futuras gestações.

Os exames pré-nupciais não servem somente para detectar doenças venéreas ou

sexualmente transmissíveis. Eles também podem contribuir para avaliar se a pessoa tem algum

problema no aparelho genital, se é fértil, se poderá ou não ter filhos, realizar testes de

compatibilidade sangüínea e a avaliar as condições de saúde do casal para prevenir

especialmente a má formação do feto durante a gestação.

Também a escolha dos anticoncepcionais requer orientação médica. Todos possuem

seus aspectos positivos e negativos e a opção deve levar em conta o estilo de vida do casal.

Os noivos devem procurar o médico (no caso dos homens o urologista e da mulher o

ginecologista), com pelo menos três meses de antecedência do casamento marcado.

Esta simples precaução garante a saúde do casal e de seus futuros filhos, além de ser um

bom começo para um casamento com qualidade de vida. Pense nisso!

Procurem aconselhamentos com seus líderes ou um casal (bem casado, ajustado e

espiritual) da igreja para conversar sobre as dúvidas que venham surgir acerca do casamento

(lua-de-mel, planejamento familiar), enfim tudo aquilo que ajude a compreender aspectos

importantes da vida conjugal.

 

3.6 Envolvimento da família

 

Por muitas vezes o envolvimento da família só faz parte do namoro, quando o casal

busca a permissão dos pais para tal ocasião. Quando chega ao noivado parece que a participação

da família torna-se importuno, por causa das opiniões, ou por interferir nas decisões dos noivos.

Neste momento é importante vermos que temos dois lados se confrontando:

 

EXPERIÊNCIAS DOS PAIS X SONHOS DOS NOIVOS

 

Aquilo que os pais sonham para os filhos, nem sempre é o que eles desejam, sendo

assim, a família deve respeitar as decisões que irão ser tomadas.

Veja o exemplo da família de Rebeca (Gn. 24.52-61), quando o servo de Abraão queria

levá-la para o seu futuro marido (Isaque), a sua mãe e irmão, não queriam, pois desejavam que

ela ficasse com eles por mais dez dias. Então foram ouvir a opinião de Rebeca, que decidiu ir

com o servo, obtendo a benção da família, mesmo sendo contrária ao que eles queriam.

Se Rebeca tivesse feito uma escolha errada teria que assumir as conseqüências, mas fez

aquilo que deu certo. Muitas vezes os pais têm medo das “escolhas erradas” dos filhos, por isso

tentam intervir nas decisões, mas os erros também fazem parte do crescimento das pessoas e

temos que aprender a lidar com isso por mais difícil que seja.

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Por outro lado, ouvir os conselhos e experiências de vida dos pais, nunca é demais!

Retenham aquilo que parece ser bom para o relacionamento e apresentem diante de Deus para

saber qual o melhor a ser feito.

Sabemos que nem todos têm pais ou membros da família que sejam firmes com Deus,

que nem todos serão abençoados por suas famílias, mas se você fizer o que for possível para

honrá-los, com certeza Deus lhe dará bênçãos especiais nesta vida (Ex. 20.12).

 

4. RELACIONAMENTO: NO CASAMENTO E FAMÍLIA

 

4.1 O casamento e o seu significado

Embora o mundo tente passar o casamento como uma instituição falida, ainda nos dias

de hoje é algo muito desejado pelas pessoas e um dos passos mais difíceis de serem dados na

vida.

A origem do casamento foi estabelecida por Deus no início da criação, quando formou o

homem e viu que não era bom deixá-lo só (Gn. 2.18), dando-lhe uma companheira, ficando

assim marcado a união entre o homem e a mulher (Gn. 2.23-24).

Naquela época não havia cartório civil para realizar os casamentos, mas a legalização

dava-se pela publicidade do ato e pelo testemunho. Veja o exemplo de Boaz em que para

formalizar o seu casamento com Rute, fez publicamente diante de anciãos do povo tomando 10

homens como testemunha do fato (Rt. 4.9-12).

Mas em geral, o casamento era reconhecido perante a sociedade mediante a alguns

acontecimentos:

 

_ A festa na casa da noiva;

_ O acompanhamento da noiva até à casa do noivo, com cantos e regozijos;

_ O momento em que a noiva era escoltada por moças virgens até a câmara nupcial.

Em alguns casos, o acompanhamento levava tochas ou lâmpadas, com ramos de

murta e grinaldas de flores. Este costume parecia perdurar nos dias de Jesus, daí sua

parábola das 10 virgens.

No Brasil o casamento civil foi regulamentado em 24-01-1890, no Decreto nº 181, em

que o Estado ficou apto para oficializar os casamentos e a igreja responsável pela cerimônia

religiosa, dando aconselhamentos e bênçãos aos noivos.

As expectativas para o casamento são muitas e variam de muitas maneiras. Alguns se

casam pelos motivos errados como: atração física, segurança financeira, estabilidade emocional,

para ter uma vida sexual ativa, fuga de um lar desestruturado, acordos e entre outros. Cedo ou

tarde estes motivos aparecem e comprometem o casamento.

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Mas Deus planejou o casamento para que muitas de nossas necessidades pessoais

fossem satisfeitas como: o companheirismo, o bem-estar familiar, a intimidade sexual, futuros

filhos, conforto, felicidade entre muitas outras. O casamento não se trata de um costume criado

pelo homem nos dias mais antigos, ou um mero acordo de relacionamento temporário, mas é um

projeto divino que faz parte da criação de Deus que ordenou que fosse um compromisso

duradouro de um para com o outro. “Porquanto o que Deus ajuntou, não o separe o homem.”

(Mc. 10.9).

 

4.2 As diferenças do homem e da mulher

 

Uma das preocupações no início do casamento são as diferenças que aparecem, da qual

antes não estava tanto em evidência, fazendo com que muitos casais fiquem desanimados,

frustrados, achando que são incompatíveis e que o seu casamento foi um erro terrível.

Existem muitas diferenças que ocorrem numa relação entre homem e mulher que estão

baseadas em várias mudanças que vai desde: físico, mental, psicológico, como de preferências

pessoais. Veja algumas delas:

 

HOMEM MULHER

 

Normalmente ele tem mais facilidade de raciocínio e não

deixa voar a sua imaginação tão facilmente.

Ela tem uma inteligência, percepção das coisas e das

situações mais intuitiva do que o homem.

No amor o físico geralmente é que desperta primeiro na

visão do homem e depois vem a sensibilidade, de forma

menos imediata.

A afetividade, sensibilidade e imaginação são

predominantes para a mulher, principalmente na forma

como abordam o amor e o aspecto físico geralmente é

algo secundário.

 

DIFERENÇAS NOS GOSTOS PESSOAIS (pode acontecer com ambos os casos)

 

Ele é um introvertido e casa-se com a “vida de festa”;

Ele é “dorminhoco” e se junta com àquela que acorda com os pássaros;

Ele esmaga o tubo da pasta de dente ao meio; ela faz carinho no tubo para sair de baixo para cima;

Ele quer tirar férias nas montanhas, ela na praia;

Ele gosta de churrascarias, ela adora comida chinesa;

Ele expressa amor através de atos de serviço; ela quer ouvir as palavras “Te amo”;

Ele quer dormir com dois cobertores mesmo com a temperatura de 35 graus; ela quer dormir com a janela aberta e o

ventilador ligado.

 

Pode até parecer engraçado, mas no dia-a-dia torna-se uma situação difícil de lidar, em

que requer alguns sacrifícios, ajustes de ambas as partes, muita paciência, pois são duas vidas

que se tornaram uma e isto acontece um dia de cada vez.

O segredo para manter o bom casamento não é fazer com que os dois eliminem as

diferenças entre si com o passar do tempo, mas saber trabalhar as diferenças! Ambos devem ter

um coração compreensivo e desejar abençoar juntos este relacionamento para que cresça a cada

dia.

 

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4.3 O homem é a cabeça e a mulher o coração do lar

 

Deus claramente deu papéis diferentes ao homem e a mulher para que exercessem no

casamento. Vejamos algumas dessas funções:

 

HOMEM

 

_ Ser líder do lar (Ef. 5.23)

Deus colocou o homem na liderança, dando a ele a responsabilidade da decisão.

Mesmo que os assuntos sejam discutidos em família, a decisão será do líder.

Lembrando que Cristo é a cabeça do homem (I Co. 11.3), ou seja, ele deve buscar a

sabedoria que vem do alto para tomar as decisões certas para sua família.

 

_ Provedor (Gn. 3.19; I Tm. 5.8)

Embora vivamos numa época em que as mulheres a cada dia têm conquistado o seu

espaço no mercado de trabalho, o marido ainda é visto como o provedor do lar,